quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Repúdio a agressão física praticada por um militante do PSOL contra um militante do Coletivo Quebrando Muros.

Nota do PSTU Curitiba em repúdio à agressão física praticada por um militante do PSOL contra um militante do Coletivo Quebrando Muros durante o Ato Contra a Copa, realizado no último dia 25/01, sábado.


“A IV Internacional arrasa os mágicos, os charlatães e os importunos professores demoral. Em uma sociedade fundamentada sobre a exploração, a moral suprema éa moral da revolução socialista. Bons são todos os métodos que elevam aconsciência de classe dos operários, sua confiança em suas próprias forças, suadisposição à abnegação na luta. Inadmissíveis são os métodos que inspiram nosoprimidos o medo e a submissão diante dos opressores; sufocam o espírito deprotesto e revolta e substituem a vontade das massas pela vontade dos chefes, apersuasão pela pressão, a análise da realidade pela demagogia e a falsificação.Eis porque a social-democracia, que prostituiu o marxismo, e o stalinismo - antítesedo bolchevismo - são os inimigos mortais da revolução proletária e de sua moral.”(Leon Trotsky, Programa de Transição, extraído livro Documentos de fundação da IV Internacional – Congresso de 1938, pág. 81, Ed. Sundermann, 2008. Grifos nossos)

No último sábado (25), aconteceu em Curitiba o primeiro ato contra a Copa chamado nacionalmente pelo site do Anonynous. O PSTU participou deste ato e levou suas palavras de ordem de “Na Copa vai ter protestos, por mais saúde, transporte e educação!” e “Aniversário de Yarmouk, liberdade ao povo palestino, liberdade ao povo sírio!”.


Neste mesmo ato, infelizmente ocorreu um fato lamentável frente ao qual nos vemos na obrigação de nos posicionar publicamente através desta nota. No início do ato o militante do PSOL, Renato Almeida, responsável pelo núcleo periférico deste partido, agrediu um militante do Coletivo Quebrando Muros. Renato desferiu um soco no rosto de um companheiro de luta. Este militante do PSOL tentava coordenar os encaminhamentos no início do ato [o curioso é que o ato foi chamado pelo Anonymous e ele colocava-se como se fosse direção do mesmo], e surpreendentemente, praticou a agressão por que um militante do PSTU pediu a palavra para propor aos manifestantes uma palavra de ordem, mas em posse do megafone ele se recusou a conceder a palavra, neste momento um militante do Coletivo Quebrando Muros colocou-se a defender a democracia entre os que lutam para que todos ativistas e organizações tivessem o direito de falar no protesto, foi quando Renato reagiu descontroladamente com um soco no rosto deste militante.

Mais adiante, ainda durante o ato, vimos Renato dirigir-se até o companheiro que havia agredido para pedir desculpas. Na hora entendemos esta atitude como um primeiro passo no sentido de resolver este episódio entre as organizações de esquerda, porém, ontem (28), fomos novamente surpreendidos com a declaração publicada no site do Coletivo Quebrando Muros, que diz: “Após o vergonhoso ocorrido e de cabeça mais fria, ele [Renato] procurou nosso militante [do Coletivo Quebrando Muros] para se desculpar, usando a infeliz justificativa de que imaginava que ele fosse um militante do PSTU...”. Somos solidários ao companheiro agredido, repudiamos a agressão e não entendemos por que motivo um militante nosso mereceria ser agredido.

Lamentamos esta declaração de Renato e nos vemos obrigados a expor publicamente o que para nós significa este episódio tão ruim para os lutadores, queremos contribuir em aproximar todos os que lutam pautados por uma moral revolucionária. Sobretudo por que as organizações de esquerda precisarão estar juntas nas lutas deste ano, por que queremos estar ombro a ombro com os revolucionários no momento da revolução brasileira, mas também por que estamos empenhados em construir uma Frente de Esquerda com o PSOL e PCB nas eleições de 2014.

Não igualamos a atitude individual de um militante do PSOL ao que significa este partido enquanto organização mais ampla no campo da esquerda, composta por militantes honestos que confiam e apostam neste projeto como instrumento de transformação da sociedade. Respeitamos o PSOL e seus militantes. Por este motivo achamos que o partido precisa adotar uma posição pública frente à agressão física praticada por um de seus militantes contra um companheiro de luta, e também por ter apresentado a justificativa de que fez isso achando que era um militante do PSTU. As medidas internas cabem estritamente ao partido. O que ocorreu é muito grave e não pode acontecer de novo. Como ir para as lutas e nos aliar com aqueles que querem nos atacar fisicamente? É preciso refletir e entender a fundo o que ocorreu, por que esta concepção e prática é parte da degeneração moral da sociedade capitalista a qual as organizações de esquerda (incluindo nós) não estamos imunes. A virtude está em como enfrentamos estas pressões e episódios concretos no sentido de corrigir os erros.

Ao longo da história, o stalinismo usou dos métodos físicos para eliminar seus adversários políticos no terreno da classe trabalhadora, os famosos processos de Moscou e o assassinato de León Trotsky são a face mais visível do que foram esse métodos no século passado. O fascismo foi sem dúvida à corrente mais nefasta da história contemporânea, surgiu com o propósito de exterminar fisicamente a vanguarda revolucionária do proletariado e destruir suas organizações. Mas é o Estado Burguês o principal instrumento de dominação de classe, através do qual a burguesia exerce seu poder através de diferentes regimes, democracia burguesa, bonapartismo ou ditaduras fascistas, os regimes variam conforme a correlação de forças, mas a repressão física sempre é o principal método quando as massas ameaçam o poder da classe dominante. Por isso é tão grave a agressão física entre militantes que reivindicam ser de esquerda. 

O que significa a agressão física entre militantes de esquerda?

Vamos direto ao ponto, esta agressão física de um militante de esquerda significa: a divisão da nossa classe; a divisão daqueles que vão as ruas protestar; o enfraquecimento das lutas; semear a desconfiança entre as organizações que se propõem fazer a revolução socialista dos trabalhadores. No fato em questão vários ativistas e jovens viram a agressão física e os motivos pelo qual ela aconteceu - que educação política eles tiveram ao ver este fato? E se fascistas tivessem se aproveitado da situação para agredir fisicamente a vanguarda de esquerda? Esta conduta está relacionada à degeneração moral da sociedade burguesa contemporânea, e também a degeneração das direções reformistas que controlam e vivem dos aparatos. A conduta foi irresponsável na forma e reacionária no conteúdo. Mesmo assim estamos dispostos a superar esta situação na prática.

No seio da classe trabalhadora existem diversas correntes de pensamento, que refletem a teoria e o programa do reformismo, do centrismo, do anarquismo, do anarco-sindicalismo e do marxismo. A ultra direita também tenta influenciar o movimento de massas com o seu programa, para avançar neste objetivo precisa desmoralizar e derrotar as organizações revolucionárias, mas a ultra direita não vem do seio da nossa classe, é um elemento estranho e alheio ao movimento dos trabalhadores.

A democracia operária, entendida como a democracia ampla da classe trabalhadora em luta, é o principal instrumento pelo qual podemos organizar as tarefas políticas dos trabalhadores. Todos os programas políticos defendidos pelas organizações devem conquistar a classe operária e a juventude através da experiência prática na luta pela derrubada do capitalismo e destruição do seu Estado opressor. Isso é assim por que qualquer revolução é obra das massas rebeldes insatisfeitas com os seus governantes, é quando o programa revolucionário pode se combinar a atividade e necessidade das massas no caminho da tomada do poder, desde que exista uma organização com certa influência de massas.

Sem a democracia operária não é possível a colaboração das organizações de esquerda para organizar a ação revolucionária das massas. A unidade da esquerda está relacionada à necessidade que a classe trabalhadora tem de se unificar para enfrentar a burguesia e seu Estado. Isso não significa ter acordo em tudo, mas sim de respeitar as diferenças e a decisão da maioria. A experiência política e prática dos trabalhadores é quem deve dar o veredicto sobre qual é o programa mais justo.

Por isso, assim como Trotsky opinamos que “Bons são todos os métodos que elevam a consciência de classe dos operários, sua confiança em suas próprias forças, sua disposição à abnegação na luta.” O que aconteceu precisa ser assimilado no seu significado mais profundo, repetimos, nenhuma organização está imune as pressões cotidianas advindas da degeneração da sociedade capitalista, uma expressão contundente do que estamos dizendo é a reprodução do machismo, da homofobia e do racismo nas organizações de esquerda e nos movimentos sociais, consequência do aumento dessas formas de opressão na sociedade contemporânea.

O episódio de agressão física que nos levou a expor algumas de nossas opiniões nesta nota também é mais uma expressão da degeneração moral das organizações de esquerda [neste caso de seu militante] sob o capitalismo. Foram muitos anos sem ascenso, o que fez prevalecer com mais força o conteúdo moral do “vale tudo”, de natureza burguesa e pequeno-burguesa. O stalinismo e a social democracia foram às correntes responsáveis por introduzir os métodos da calúnia, agressão, fraudes nas eleições sindicais, roubo nos sindicatos e até mesmo o uso da opressão como instrumento de disputa política no movimento dos trabalhadores. Nós repudiamos esses métodos, por que eles não contribuem para o fortalecimento da nossa classe na luta contra o capitalismo.

Contra a moral burguesa degenerada, defendemos a moral proletária e revolucionária

O proletariado [trabalhadores assalariados] é a única classe progressiva de nossa época, é a única capaz de unir todos os explorados e oprimidos na luta contra o capitalismo, para levar adiante as tarefas políticas que a classe dominante de nossa época não é capaz de atender. A moral dos trabalhadores em luta em uma greve ou mobilização política é muito superior a moral burguesa.Para enfrentar os patrões e os governos os trabalhadores precisam unir-se em base a mais ampla solidariedade de classe e espírito combativo, esta moral é coletiva e não individual, na luta de classes tudo o que é individual ou subordina-se ao coletivo ou será repudiado e excluído pela maioria dos trabalhadores.

A moral revolucionária parte da moral proletária, da necessidade da união coletiva, onde acertos e erros são assimilados em base a democracia operária, mas se eleva acima dela, por que está relacionada à construção de organizações [para nós partidos revolucionários do tipo bolchevique] que tem por objetivo fazer a revolução socialista que derrubará o capitalismo e destruirá o Estado Burguês, abrindo caminho para a construção de uma sociedade sem classes em todo o mundo. Estas organizações precisam ser forjadas em base a mais elevada confiança mútua entre seus membros, que estão organizados em base a um programa revolucionário. Essa é moral da revolução socialista internacional, sem a qual é impossível organizar a vanguarda que trabalhará e se sacrificará conscientemente pela tomada do poder. 

Unidade dos lutadores de esquerda para enfrentar o verdadeiro inimigo. 

Desde as jornadas de junho ficou claro como água o descaso dos governos e a polarização social do país, as grandes manifestações desnudaram quem está a favor das massas e quem está contra elas. Sem igualar o papel de cada um, nossos inimigos são os governos, o Estado Burguês, o imperialismo, o fascismo, a burguesia, as burocracias e o reformismo.

Nos manteremos nas ruas e dispostos a colaborar com as demais organizações de esquerda nas próximas lutas. Temos enormes desafios neste ano, à unidade de ação não significa que teremos acordo em tudo, defenderemos a política que acreditamos ser melhor para fazer avançar a correlação de forças a favor da nossa classe, defenderemos a democracia operária nas lutas. Nenhuma agressão física deve ocorrer entre os lutadores, nossa violência de classe terá endereço e hora, quando as massas tiverem dispostas a enfrentar o Estado burguês, os agentes reformistas e os governos. Lutemos contra o capitalismo, seus governos, seus agentes e seu Estado opressor. Nossas armas serão o convencimento político, a análise da realidade, a unidade na ação política, a fraternidade, a franqueza, a honestidade, a solidariedade de classe e a moral da classe trabalhadora em luta. Esforcemo-nos em superar este episódio.


domingo, 5 de janeiro de 2014

PSTU lança pré-candidatura de Rodrigo Tomazini ao Governo do Estado do Paraná

Um pré-candidato pela construção da Frente de Esquerda Socialista no Estado.

Direção Estadual do PSTU do Paraná

As eleições de 2014 acontecerão em uma nova situação política e colocam um enorme desafio para esquerda brasileira. As jornadas de junho e as greves de julho e agosto mostraram que os governos de todas as esferas não estão do lado do povo. Pela primeira vez depois do Movimento pelas “Diretas já!” e o “Fora Collor” os trabalhadores e a juventude de nosso país colocaram-se na ofensiva emparedando os patrões e seus representantes no parlamento.

A juventude e os trabalhadores sairam as ruas para lutar contra a corrupção e a péssima qualidade nos serviços públicos, e em meio a diversas reivindicações, levantaram palavras de ordem que demonstraram um enorme desejo de mudança. Mas as mudanças de fundo não vão ocorrer com os governos que aí estão e isso é assim por que eles governam para os capitalistas. A vitória que tivemos contra o aumento das passagens demonstrou que o caminho é a luta, ao mesmo tempo, ficou claro que os governos não estão dispostos a atender as reivindicações das ruas, pressionados pelas mobilizações foram obrigados a fazer algumas concessões.

Apesar das conquistas importantes obtidas (retirada do Projeto “Cura Gay”, derrubada da PEC 37, redução das tarifas de ônibus), as mudanças estruturais reivindicadas pela juventude em Junho não saíram do papel. O Passe Livre Estudantil Nacional chegou a ser debatido no Senado mas atualmente pouco ou nada se fala. As privatizações no setor de infraestrutura do país continuaram e pouco se fez para por fim a corrupção. Ao mesmo tempo, o Orçamento Federal para 2014 mantém o repasse de quase metade de nossa riqueza para a agiotagem internacional, restando pouco mais de 3% para a saúde e 4% para a educação, sinalizando para quem se governa de fato neste país.

Por isso, seguirá o caos na saúde e educação pública, como também no transporte coletivo. Dezenas de prefeituras já ensaiam aumento das tarifas para o começo do ano. Seguem as privatizações do Petróleo e o aumento da gasolina foi um presente de fim de ano de mau gosto de Dilma (PT) para os trabalhadores, política aplicada para atender a sede de lucros dos acionistas da PETROBRAS. O salário segue não chegando até o fim do mês e o acesso ao consumo se realiza com doses cada vez mais cavalares de endividamento pessoal.

O espaço eleitoral burguês, mais do que nunca, precisa ser utilizado para chamar a juventude e os trabalhadores paranaenses a retornarem às ruas para que suas reivindicações sejam atendidas! Precisa ser usado no sentido de contribuir para fortalecer a confiança de nossa classe em suas próprias forças. 

Quem é Rodrigo Tomazini?

Rodrigo Tomazini foi candidato a deputado estadual pelo PSTU em 2010 e sempre esteve na luta da classe trabalhadora. Iniciou sua militância no movimento estudantil, ocasião em que participou ativamente das mobilizações contra as privatizações dos governos de Jaime Lerner (na época do PFL) e Fernando Henrique (PSDB). Esteve nas mobilizações contra a privatização do Banestado, Copel e da educação superior. Ocupou papel de destaque como liderança da luta que impediu que todo o lixo de Maringá e Região fosse destinado para Sarandi, em seguida participou ativamente das manifestações que levaram a cassação do ex-prefeito desta cidade, Milton Martini (PP). Foi preso e perseguido por estar ao lado dos trabalhadores. Por trabalhar no setor da educação, a luta pela educação pública, gratuita e de qualidade é  parte da sua atuação política.


Por uma Frente de Esquerda Socialista no Paraná e um programa que reflita as jornadas de junho e as greves de 2013

Sabemos o limite das eleições e por isso somos um partido revolucionário que defende a revolução socialista. Mas também sabemos o quanto é importante apresentar uma alternativa socialista nas eleições em 2014, que se proponha governar com e para os trabalhadores.

Para nós, tanto Beto Richa (PSDB) quanto Gleisi Hoffmann (PT) e Requião (PMDB), defendem uma política econômica que beneficia os grandes empresários e o agronegócio, através das privatizações, isenções de impostos, arrocho de salários e sucateamento dos serviços públicos. Se por um lado Dilma, ao lado de Gleici Hoffmann, vem privatizando o petróleo, estradas, aeroportos e hospitais universitários, Beto Richa quer votar um projeto de lei que privatiza quase todo o serviço público estadual através das fundações estatais de direito privado. 

Gleisi Hoffmann, é até então, a principal responsável no governo federal pelos planos de privatização da infraestrutura do país, é defensora da EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares que significa a privatização dos Hospitais Universitários) e também a fiel escudeira dos latifundiários, grileiros de terras e multinacionais ligadas ao agronegócio contra a população indígena.
Neste cenário precisamos apresentar uma alternativa socialista. É em apoio as lutas e mobilizações dos trabalhadores e da juventude que o PSTU lança a pré candidatura de Rodrigo Tomazini ao Governo do Estado.

Para se contrapor as alternativas burguesas em âmbito nacional lançamos o operário metalúrgico José Maria de Almeida como pré-candidato à Presidência da República. Mas também no Paraná, é preciso a conformação de uma Frente que envolva o PSTU, PSOL e PCB, que busque apoio nos  movimentos sociais e lutadores que foram às ruas no ano passado. Tal Frente deve apresentar um programa classista e anticapitalista; que combata a exploração; o machismo, racismo e a homofobia; que reflita a pauta das jornadas de junho e greves do segundo semestre de 2013; que seja financiada pelos trabalhadores e a juventude para poder ter independência programática.

É tarefa da esquerda lutar contra os governos e parlamentares que não representam a nossa classe. E somente um programa operário e socialista pode dar conta desta tarefa. Para poder expressar as necessidades da classe trabalhadora, dos setores oprimidos, em oposição aos interesses da burguesia.

CONTATOS: 
(44) 9963-5770 Maringá e Noroeste do Estado
(45) 9951-2672 Cascavel e Oeste do Estado
(41) 9600-2745 Curitiba e Região Metropolitana