quarta-feira, 23 de abril de 2014

TODO APOIO À GREVE DOS/AS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DA REDE ESTADUAL

Teve início no dia 23 de abril a greve por tempo indeterminado dos/as profissionais da educação da rede estadual do Paraná. Depois de muita enrolação do governo Beto Richa (PSDB) e de ataques que estão sendo feitos à educação pública, a assembleia da categoria realizada em 29 de março definiu pela greve. A pauta de reivindicações é extensa, mas tem alguns itens prioritários. Dentre esses itens estão: cumprimento imediato da lei do piso para garantir 33% de hora-atividade e correção do salário aos professores/as (10,6%); reajuste de 7,34% aos agentes educacionais 1 e 2 (sem aumento real desde 2008); pagamento de avanços de carreira em atraso; concurso público para professores/as e funcionários/as. Alterações nos contratos PSS para garantir direitos que hoje são negados a esses profissionais. Melhoria no porte das escolas, permitindo a contratação de mais funcionários/as. Infra-estrutura adequada nas escolas. Hora-aula e hora-atividade aos professores que atuam na educação especial. Novas ofertas do cargo de 40 horas aos professores/as. Enquadramento dos aposentados no nível II da carreira. Novo modelo de atendimento à saúde dos servidores, uma vez que o Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) está caótico. Contra a política educacional neoliberal que desmonta e precariza a educação de jovens (EJA), fecha muitas salas de apoio nas escolas, etc. Cancelamento do corte do auxílio-transporte aos professores/as e funcionários/as em licença médica. Nesse último item o governo chega ao absurdo de dizer que a categoria pega atestado sem necessidade, quando na realidade há muita gente adoecendo, que precisa se deslocar à perícia médica e o governo penaliza com a redução do salário.
 Há alguns itens que constam da pauta de reivindicações aprovada em assembleia e também deveriam ser prioritários, mas infelizmente não são. Um exemplo disso é o mesmo valor de auxílio-transporte entre professores/as e funcionários/as. Outro exemplo é a reivindicação de redução de número de alunos por turma. Essas demandas seguem secundarizadas na pauta.
A situação dos/as profissionais com contratos PSS é a mais precária nas escolas. Além de ter um contrato quase sem direitos e encerrar todo final de ano, têm atraso de salário e não têm o direito ao SAS. Também não podem acompanhar os filhos no médico; essa situação afeta principalmente as mulheres, que compõe mais de 80% da categoria. Quer dizer, o governo usa o machismo para tirar direitos.


Tem dinheiro... mas não para a educação
O governo Beto Richa vai na imprensa condenar a greve. Dentre outras coisas afirma que não tem dinheiro para atender às reivindicações. Isso não é verdade. A arrecadação do Estado cresceu muito em 2013 e no início de 2014. O governo aprovou auxílio moradia de 4.500 reais aos juízes e aumento de 30% no salário dos cargos comissionados. O governo “torra” dinheiro público em propagandas, nas obras da Arena da baixada em Curitiba e gasta cerca de 100 milhões em “segurança” para reprimir protestos durante a COPA. Enquanto isso, na educação básica o governo fecha turmas (como ocorreu em Londrina), atrasa a merenda e o repasse do fundo rotativo, corta ilegalmente o auxílio-transporte de educadores doentes, além do vergonhoso atraso de salário de muitos/as profissionais PSS ou do pagamento incorreto. Nas universidades o governo reduz drasticamente o orçamento.
Infelizmente esse cenário não é muito diferente em nível nacional. O governo federal(PT) já gastou mais de R$ 28 BILHÕES com obras da COPA, enquanto investiu apenas 25 milhões/ano em média no combate à violência contra a mulher (26 centavos por mulher). Violência que tira a vida de 15 mulheres por dia! Dilma faz privatizações e gasta mais de 42% do orçamento com a dívida pública para os banqueiros, enquanto investe apenas 3,91% na saúde e 3,44% na educação. O Plano Nacional de Educação (PNE) do governo não trará melhorias na educação, pois significará mais transferência de dinheiro público à educação privada, além de reforçar a lógica meritocrática de bonificação e ameaçar até a eleição de diretores/as.
Os governos municipais também não valorizam a educação. Grande parte deles sequer cumpre a lei do piso. Os serviços públicos básicos como saúde, educação e transporte estão precários. A culpa é dos governos municipal, estadual e federal, que ignoram a real necessidade da população e dos servidores.
Unificar as lutas:
Várias outras categorias estão em luta nesse momento, como os professores universitários, os técnicos das universidades federais que estão em greve, os bombeiros e policiais do Maranhão tiveram uma greve vitoriosa há poucos dias, dentre outros. Diante desse quadro é preciso unificar ao máximo as lutas de várias categorias. É preciso também questionar a Lei de responsabilidade fiscal, que sempre é usada como pretexto para não dar aumento salarial aos servidores em todos os níveis. Os garis do RJ deram um exemplo de luta numa greve que enfrentou os ataques do governo, da rede globo e não teve apoio do sindicato. Apesar disso, a greve foi vitoriosa, conquistando 37% de aumento. Agora os/as professores/as e funcionários/as da rede estadual do Paraná também estão dando um exemplo de luta, mostrando na prática que devemos sempre reivindicar nossos direitos e uma educação pública de qualidade.
Para nós do PSTU só a luta muda de fato a vida!
- Atendimento a todas as reivindicações dos/as profissionais da educação da rede estadual!
- Cumprimento imediato da lei do piso! Em direção a um piso com salário mínimo do DIEESE para professores/as e funcionários/as.
- Não ao PNE do governo federal! Por 10% do PIB para a educação pública já!
- 10% do PIB para a saúde pública! 2% do PIB em transporte público!
- Chega de dinheiro para os bancos e para a COPA! Mais dinheiro para os serviços públicos e para o combate à violência contra a mulher!